quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Já sinto o mar me chamar...
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Férias de nós
quarta-feira, 4 de julho de 2012
"Primo, sabe da última?"
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Confissão
Onde o amor é contrato
Compromisso firmado em altar
Simbólicos círculos de ouro algemam os dedos
Enquanto correntes de latão enferrujam na alma
Um velho papel pra assinar
Mãe, eu não quero me casar.
terça-feira, 15 de maio de 2012
afinidade
*Inspirado em um post da Deyse, essa linda.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Ressaca amoral
domingo, 29 de abril de 2012
Amor parasita
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Do fim ao começo
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Caras jabuticabas

Nunca esqueci o dia em que cruzei com aquele serzinho. Serzinho este que me fez gelar em pleno sol acreano de meio-dia, que por aqui se exibe mais cedo, e calor de abafar bom humor. Ida pro trabalho, terminal de ônibus lotado e me deparo com aqueles olhinhos. Duas jabuticabas de brilho intenso fugidas do pé a me observar atentamente e me invadir a alma. A me estudar de forma minuciosa - um estudo rigoroso que ia além dos traços do rosto, harmonia da face, disposição entre boca, nariz, olhos ou queixo. Nada parecia escapar. Meus defeitos, qualidades, desejos, medos, angústias, dúvidas e certezas. Estava tudo lá, estampado no reflexo daquele olhar fixo e atento da mocinha em miniatura cujo nome nem sei. São tão completas e inteiras essas pessoinhas que a gente insiste em chamar de pedaço. Pedaços de gente, pedaços da gente... O franzido de sua testa não lhe deixa esconder o estranhamento natural de quem se depara com o desconhecido e faz força pra compreendê-lo. Me senti despida de qualquer máscara, dessas que se usam eventualmente para se esconder de julgamentos alheios. No final, um sorriso. Um sorriso breve e sincero de aprovação como quem dizia "te vejo inteira e gosto". Pôs a mãozinha na boca, deitou a cabeça nos ombros da mãe que lhe beijou a testa e sumiu. Sumiu entre a multidão em polvorosa ao ver o ônibus chegar. Sumiu do breve momento daquele contato único. Por não se repetir. Por ser raro e caro de se lembrar.
segunda-feira, 12 de março de 2012
É da natureza:
terça-feira, 6 de março de 2012
Gramática dramática
Enquanto ela soltava o verbo, eu fazia uma oração. Oração subordinada a ser substantiva, objetiva e direta de meu principal desejo: “que ela me perdoe, que ela me perdoe, que ela me perdoe”... Ela conjugava em alto e bom som o “ir” do amor que em nós um dia se fez tão presente, e a cada pronome se mostrava cada vez mais pretérito apesar de perfeito. “Eu fui pra ti um objeto, enquanto tu... Tu foste meu amor. Ela foi só mais um, entre tantos motivos. Nós fomos o que nunca mais seremos. Vós fostes o culpado... Eles e elas foram testemunhas”. Depois passou a me atirar objetos. Objetos, direto no rosto. Objetos, direto de suas mãos suadas e trêmulas... Foi assim, quando amar tornou-se verbo transitivo
Ponto final.