Ela vive de muito sentir e de muito falar. E fala o que sente e, às vezes, até sente pelo muito que diz. Mas ela, ao contrário de mim, vive. E como vive. Vive de muito sorrir e de muito cantar. E ela canta seus sonhos e canta suas dores, a fim de cantar o que sente e, às vezes, até sente pelo tanto que canta e ainda assim não espanta os males que lhe perseguem.
E anda, pra lá e pra cá, com seu rosto de menina, rebolado de mulher e mil desejos guardados no bolso de sua calça colada. Desejos guardados. Guardados e só. Porque ela é assim, de muito desejar e de pouco se satisfazer. De muito sonhar, mas de pouco realizar. E de muito falar, mas de pouco agir. Ela é assim e não gosta.
E ela chora. Bate a porta, tranca o quarto, apaga a luz e chora. Chora por tudo e por nada. Chora pelo pouco que tem e pelo muito que sofre. Chora pelo que passou e pelo que está por vir. Mas sempre num lapso de otimismo se volta pra velha mania de dizer ‘que bom que o pouco é pouco, mas não é nada’ e festeja suas migalhas, com a alegria de quem vê ouro em flores.
Porque ela é assim, de ver coisas que ninguém mais vê e pensar que não pertence a esse mundo, e inventar um mundo diferente pra chamar de seu. E sair por aí cantando seus sonhos e suas dores, a fim de cantar o que sente e espantar o mal que lhe persegue. E só quando isso não é possível, tira um desejo do bolso e o satisfaz. E esquece tudo que costuma lembrar, temer e guardar, como se não houvesse amanhã.
E sou capaz de te afirmar o que tanto parece óbvio, com a certeza de quem nunca errou e quem, por sua vez, nunca existiu: ela não seria ela se assim não fosse. E eu não seria ninguém, como em verdade não sou, se não fosse a vontade dela de ter alguém que dela saiba dizer. Dizer verdades sobre ela, com essa certeza de quem não erra, mas também não existe.
E anda, pra lá e pra cá, com seu rosto de menina, rebolado de mulher e mil desejos guardados no bolso de sua calça colada. Desejos guardados. Guardados e só. Porque ela é assim, de muito desejar e de pouco se satisfazer. De muito sonhar, mas de pouco realizar. E de muito falar, mas de pouco agir. Ela é assim e não gosta.
E ela chora. Bate a porta, tranca o quarto, apaga a luz e chora. Chora por tudo e por nada. Chora pelo pouco que tem e pelo muito que sofre. Chora pelo que passou e pelo que está por vir. Mas sempre num lapso de otimismo se volta pra velha mania de dizer ‘que bom que o pouco é pouco, mas não é nada’ e festeja suas migalhas, com a alegria de quem vê ouro em flores.
Porque ela é assim, de ver coisas que ninguém mais vê e pensar que não pertence a esse mundo, e inventar um mundo diferente pra chamar de seu. E sair por aí cantando seus sonhos e suas dores, a fim de cantar o que sente e espantar o mal que lhe persegue. E só quando isso não é possível, tira um desejo do bolso e o satisfaz. E esquece tudo que costuma lembrar, temer e guardar, como se não houvesse amanhã.
E sou capaz de te afirmar o que tanto parece óbvio, com a certeza de quem nunca errou e quem, por sua vez, nunca existiu: ela não seria ela se assim não fosse. E eu não seria ninguém, como em verdade não sou, se não fosse a vontade dela de ter alguém que dela saiba dizer. Dizer verdades sobre ela, com essa certeza de quem não erra, mas também não existe.
Sou tentada a falar de mim mesma na 3ª pessoa de vez em quando. Aí eu me reprimo. Porque acho que eu nem saberia descrever assim tão bem.
ResponderExcluirBeijo em ti.
Gostei muito do post! ;)
É a primeira vez que faço isso. Também acho difícil me descrever. Mas em uma noite de insônia, o Chico baixou em mim. rsrs. Quase ninguém entendeu a moral da história, fico feliz que tenha entendido. Adoro sua sensibilidade. Beijos em você também, Dê. :)
ResponderExcluirQUE DEMAAAAAAAIS! amei :O
ResponderExcluirPartilho da mesma opinião da Vitamina D! Sensacional, mto bom msm, adorei intensidade e ao msm tempo a sutileza de suas palavras!
ResponderExcluirótimo texto.
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