Me mandaram lembrar de esquecer o script. Mandaram
esquecer de lembrar o roteiro. E, num
instante, a principal regra era dormir no ponto e acordar para a vírgula. Então
continuei. Caminhei e foi possível ver sorrisos num bosque escuro. Lá, um
passarinho me contou que amava a liberdade, e se prendeu a mim por livre e
espontânea vontade. Me disse que ninguém segura o tempo quando passa e muda a
direção do vento. Não há velas atadas que salvaguardem o destino certo. É curto
o espaço entre o nunca e o agora. Entre o sempre e o fim e entre planos e
promessas existe o acaso, o desvio, a surpresa. E aí, vejam só, nasceram
pitangas em pleno inverno. Pitangas que crescem no meio da chuva. Encharcadas.
Submersas... Agora a vida é isso: ouvir gargalhadas no silêncio.